As cidades invisíveis e o desejo
DOI:
https://doi.org/10.59514/2954-7261.3110Palavras-chave:
Cidade, Linguagem, Sinal, Desejo, PoderResumo
No texto Las ciudades invisíveis, de Ítalo Calvino, a linguagem é um ator fundamental que dá conta do que a cidade é e significa para o homem. Calvino faz brotar da cidade o seu sentido: uma metáfora das metáforas, uma alegoria de si mesma, um grande signo, cujo significante vai em busca de significados para que a cidade se repita em seus signos. A cidade é a medida dos desejos humanos porque contém todos os desejos possíveis, pois é fruto da vontade e da paixão do homem. Mas o homem só realiza seu desejo na medida em que mantém vivo o desejo da cidade. Assim, o ideal da cidade como cidade dos desejos, em sua origem e desenvolvimento, deve sua construção e significado ao desejo. O poder ata os fios da linguagem do homem que deseja e que se enreda na sua mentira, aquela perpetuada pelo poder e que o homem desconhece ou ignora, imerso na miragem que é a cidade, convencido de que tem poder, um artifício de que lhe foi dada a cidade onde se cozinha o único poder possível: o controle dos desejos humanos.
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Referências
Borges, J. (1984). Ficciones. Editorial La Oveja Negra.
Calvino, Í. Conferencia pronunciada por Calvino en inglés, el 29 de marzo de 1983, para los estudiantes de la Graduate Writing División de la Columbia University de Nueva York.
Calvino, Í. (2012). Las ciudades invisibles. Ediciones Siruela, S.A.
Freud, S. (1994). Esquema del psicoanálisis. (Trad.: Rosenthal, L.). Paidós.